III

Pela madrugada se viam as luzes dos carros correndo. Eu bebia álcool barato sentado em uma sarjeta. Haviam pessoas comigo. Conversando comigo. Sobre nada. Nenhuma palavra somava algo e, portanto, estávamos matando o tempo. Minha eloquência parecia ser clara, pois elogiavam-me quando eu apresentava argumentos, mas, ainda assim, patinávamos sem rumo. Um carro passou e jogou água em nós. Esguicho. Alguém jogou uma pedra no carro e o dono do carro foi embora com um olho roxo depois de tentar revidar. Estávamos em maior número. Saímos dali com receio dele voltar com mais gente.